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Após o anúncio de redução dos juros para operações
de crédito feito pelo Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, a expectativa
é que os bancos privados também reduzam as taxas para o crédito de famílias e
financiamento para micro e pequenas empresas. Procurados peloG1, Itaú,
Bradesco e HSBC informaram que estão "avaliando" uma redução. O
Santander afirmou que está "analisando as medidas sinalizadas pelo
governo".
Nesta terça-feira, o presidente da Federação
Brasileira de Bancos (Febraban), Murilo Portugal, tem uma reunião marcada com o
secretário-executivo da Fazenda, Nelson Barbosa. A expectativa, não confirmada,
é que as taxas de juros do crédito sejam o assunto do encontro.
Ainda que o movimento liderado pelos bancos
públicos possa levar a um aumento da oferta de crédito no país e redução das
taxas de juros, o consumidor deve manter cautela na hora de decidir por
contratar um financiamento. A Fundação Procon-SP
e Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade
(Anefac) recomendam que os consumidores se certifiquem de que as taxas
oferecidas pelos bancos são, de fato, vantajosas e que negociem com as agências
vantagens melhores ou semelhantes às oferecidas pela concorrência. "É
preciso ver na prática se os juros vão mesmo cair, porque algumas das medidas
anunciadas dependem do perfil de cliente e da transferência de contas de outros
bancos", alerta Miguel Ribeiro de Oliveira, vice-presidente da Anefac.
"O mais prudente é esperar um pouco mais antes de fazer um
financiamento, pois essas medidas costumam levar algum tempo para ser, de
fato, implementadas", recomenda.
O G1 solicitou aos maiores bancos
do país a divulgação dos juros cobrados atualmente nas principais operações de
crédito. Confira a seguir as taxas para cheque especial, empréstimo pessoal,
rotativo do cartão de crédito, crédito consignado, financiamento de veículos e
capital de giro para micro e pequenas empresas informadas pelos bancos. As
taxas variam e dependem sempre do perfil do cliente, risco de crédito e
relacionamento.
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O Banco Central divulga semanalmente em sua página na internet as
taxas médias de juros cobradas pelas instituições bancárias nas principais
operações de crédito. Os últimos dados disponíveis são do período entre 20 e 26
de março. Para a Anefac, a tendência é de continuidade da trajetória de queda
dos juros e que os bancos privados acompanhem o movimento dos públicos.
"Não acredito que seja na mesma intensidade, mas os grandes bancos não vão
querer perder mercado e vão reduzir os juros", opina Oliveira,
acrescentando que o segmento está pleiteando redução de encargos e do
compulsório para reduzir o "spread" bancário (a diferença entre o que
o banco "paga" para captar dinheiro e o que ele "recebe"
pelos empréstimos.
Anefac divulga na quarta pesquisa sobre
juros - Segundo Oliveira, como a pesquisa mensal da
associação sobre juros que será divulgada nesta quarta-feira (9) ainda não irá
refletir as medidas anunciadas pelo BB e Caixa, a Anefac deverá realizar uma
pequisa nas próximas semanas a fim de apurar qual será o impacto nos juros
médios praticados no país.
"A pesquisa que vamos divulgar nesta semana
mostra que houve uma queda nos juros para pessoa jurídica em março e
estabilidade nos juros para a pessoa física, possivelmente em razão do aumento
da inadimplência", afirma o economista. Em fevereiro, a taxa média de juros ao consumidor caiu
pelo 3º mês consecutivo e ficou em 6,33% ao mês, segundo o
levantamento da Anefac.
A associação avalia, porém, que a inadimplência
tende a diminir nos próximos meses. "Com spreads menores, os bancos vão
ser ainda mais criteriosos e seletivos na concessão do financiamento",
diz.
Empréstimo com consciência - A assessora técnica do Procon-SP, Cristina Martinussi, responsável
pela pesquisa mensal sobre juros ao consumidor realizada pelo órgão, também
aguarda uma redução das taxas cobradas pelos bancos privados. "Esses
anúncios [do BB e da Caixa] vão acabar pressionado o mercado para baixo, até
mesmo porque a Selic também está baixando", diz. Ela orienta também que os
consumidores busquem comparar as diversas opções de crédito oferecidas dentro
do próprio banco. "O crédito consignado é sempre a melhor opção, pois como
é o de menor risco é também o que costuma ter a menor taxa", diz. Segundo
a economista, o cheque especial deve ser sempre considerado como última opção.
"É costume as pessoas usarem o cheque especial como segundo salário, mas
se a pessoa já tem hoje uma dívida no cheque especial compensa até pegar um
empréstimo pessoal só para quitar", sugere.
Cautela e negociação antes de troca de banco - Segundo a Anefac e o Procon, o cliente deve procurar negociar com o seu
banco antes de decidir transferir sua conta-corrente ou conta salário em busca
de taxas de juros menores para empréstimos. "O cliente de banco privado
precisa ser proativo, falar com o gerente e cobrar uma redução dos juros.
Acredito que, na maioria dos casos, o banco vai tentar segurar o bom
cliente", diz o vice-presidente da Anefac.
A analista do Procon afirma que, antes de qualquer
decisão sobre transferência de banco, é importante que o consumidor verifique
se as taxas reduzidas anunciadas se aplicam ao seu perfil. "Pode ser uma
boa oportunidade para pressionar o banco, mas o cliente deve avaliar não só a
taxa, mas toda a sua relação com a instituição e as demais tarifas do dia a
dia", completa Cristina.
FONTE: G1.com.br
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