Na mesma semana em que um meteoro assustou o mundo, em São Paulo caíram quase dois mil raios em um único dia. Há dez anos não se via uma tempestade elétrica tão violenta na cidade.
Em nenhum lugar do planeta cai tanto raio como no Brasil. São mais de
cem mortes por ano. Por isso, o Fantástico pede a sua atenção para a
série feita em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais.
Clique aqui e confira uma cartilha de proteção contra raios.
Na natureza, as descargas elétricas riscam vários quilômetros no céu
até atingir o solo, com uma potência de 100 milhões de volts. Comparando
com as tomadas que temos em casa, é uma voltagem praticamente um milhão
de vezes maior.
Já a intensidade da corrente de um raio é, em média, de 30 mil ampéres.
Para se ter uma ideia, essa corrente é mil vezes mais intensa do que a
de um chuveiro elétrico. É uma força devastadora.
No dia 16 de janeiro deste ano, um incêndio em uma usina de etanol no interior de Goiás durou mais de nove horas. Um raio atingiu um tanque com 17 milhões de litros de combustível no município de Caçu. No mesmo dia, outro raio abriu um buraco na parede do quarto onde um bebê dormia no berço, em Brasília.
Em 27 de dezembro do ano passado, dois homens morreram atingidos por um raio enquanto jogavam futebol em Tangará da Serra, no Mato Grosso.
Um casal de turistas morreu durante o temporal do dia 6 de janeiro, em Bertioga. Foram as primeiras mortes por raio em 2013 no estado.
Notícias como essas são tristemente comuns. Os raios matam, em média, 130 pessoas por ano no Brasil. Outras 200 ficam feridas. Estamos no auge da temporada: o período entre outubro e março é crítico.
O Brasil é o país que tem a maior concentração de raios de todo o
mundo. São cerca de 50 milhões por ano e a explicação é geográfica. Nós
somos o maior país da chamada zona tropical do planeta, essa região
central, onde o clima é mais quente e, portanto, mais favorável à
formação de tempestades. E onde há tempestades, há raio. Mas como se
proteger deles? Como prever onde eles vão cair?
Em Cachoeira Paulista,
no prédio do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o tupã
da era tecnológica pode ter a resposta. Tupã é o nome do supercomputador
capaz de prever com mais precisão onde vão acontecer as tempestades. “A previsão até hoje no Brasil era feita numa escala de 20 quilômetros.
Ou seja, um quadradinho de 20 por 20 quilômetros era a resolução que
nós tínhamos. Hoje, com esse novo supercomputador, esse quadradinho de
20 por 20 vai passar a ser de 5 por 5 quilômetros”, diz o maior
especialista em raios do país, Osmar Pinto Junior.
Ele vai viajar com o Fantástico de norte a sul do país para mostrar o que há de mais avançado no monitoramento de tempestades. “Nós já instalamos 60 sensores no Brasil e estamos instalando mais uns
40. Vai ser a segunda maior rede do mundo. Estamos investindo muito na
geração de alertas confiáveis, com a máxima antecipação possível”,
explica Osmar. Alertas assim são enviados, por exemplo, ao canteiro de
obras da Arena Corinthians. Com uma supercâmera lenta, é possível enxergar os raios em detalhes. Veja no vídeo.
Fonte: Edição do Fantástico do dia 17/02/2013
Nenhum comentário:
Postar um comentário