Um dia após o ministro da Fazenda, Guido Mantega, dizer que tem urgência
em reduzir as despesas com o pagamento de benefícios como o seguro-desemprego e
o abono salarial, o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) anunciou nesta
sexta-feira, 1, que reviu algumas medidas para pagar o benefício. As novas
regras, de acordo com nota do MTE, valem a partir de hoje.
A partir de agora, ao pedir o seguro-desemprego pela segunda vez num
período de dez anos, o sistema Mais Emprego, do MTE, vai considerar o
trabalhador candidato prioritário aos cursos do Programa Nacional de Acesso ao
Ensino Técnico e Emprego (Pronatec). Antes, isso ocorria no terceiro pedido no
período de dez anos.
Segundo o comunicado, a realização da pré-matrícula do trabalhador nos
cursos será feita de forma automática no portal, que comunicará ao Ministério
da Educação (MEC) e ao próprio órgão que o beneficiário necessita fazer curso
de qualificação profissional para receber o benefício. Esta solução, conforme o
MTE, tem como objetivo assegurar o controle de matriculados e não matriculados,
frequência e evasão, permitindo, quando for o caso, o cancelamento automático
do benefício caso o trabalhador não frequente o curso no qual está inscrito.
Paradoxal
As mudanças anunciadas pelo MTE têm como finalidade, de acordo com a
nota, combater fraudes e reduzir custos no pagamento seguro-desemprego. Segundo
afirmou na quinta-feira, 31, Mantega, as despesas com esse benefício e o abono
salarial representarão algo entre R$ 45 bilhões e R$ 47 bilhões este ano. Essa
despesa foi apontada como uma das vilãs para o péssimo resultado fiscal de
setembro.
Ele chegou a chamar jornalistas para diminuir o impacto negativo da
notícia e prometeu que tomaria providências na área, para reduzir custos.
Mantega disse que era `paradoxal` o fato de as despesas com o seguro-desemprego
e o abono crescerem, apesar do aumento do emprego.
No comunicado, o MTE anunciou ainda uma mudança no pagamento do
seguro-desemprego ao pescador artesanal, com a adoção de aplicativo
informatizado no Portal Mais Emprego, que exige, na rotina diária de
habilitação ao benefício, a validação dos computadores da rede de atendimento
por parte dos chefes e gerentes de postos.
As mudanças ocorrem, segundo o secretário de Políticas Públicas de
Emprego, Silvani Pereira, após a realização de vários testes e de um
programa-piloto em parceria com a Empresa de Tecnologia e Informações da
Previdência Social (Dataprev). A nova rotina no pagamento do seguro ao pescador
artesanal, segundo Pereira, impedirá que usuários acessem o portal e façam
inserção de requerimentos ou outra ação via computadores não autorizados.
Fonte: Agência Estado – Folha de São Paulo – 01/11/2013
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