A desigualdade de renda no Ceará, em 2011,
atingiu o valor de 0,5397 do Índice Geni, resultado mais baixo alcançado
tanto nos últimos dez anos (2001 a 2011), como nos últimos 30 anos. A
mensuração da desigualdade de renda é realizada com o cálculo de alguns
indicadores, dos quais se destaca o Índice de Gini, cujo valor se limita
no intervalo entre zero – que corresponde a total igualdade - e um (1),
que representa a completa desigualdade.
A constatação está no Enfoque Econômico nº
48 (setembro) – Desigualdade de Renda no Ceará Atinge Nível Mais Baixo
das Últimas Décadas, que acaba de ser divulgado pelo Instituto de
Pesquisa e Estratégica Econômica do Ceará (Ipece), órgão vinculado à
Secretaria de Planejamento e Gestão (Seplag) do Governo do Estado. Os
dados para o cálculo do Índice de Gini do Ceará foram obtidos a partir
das últimas edições da Pesquisa por Amostra de Domicílios ( PNAD),
realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Nas últimas duas décadas do século XX, a
desigualdade de renda no Ceará mensurada pelo índice de Gini ficou em
valores quase sempre maiores que 0,6. Ao longo da década de 80, o índice
mostrou valores entre 0,59 (em 1981) e 0,65 e 0,66 (entre 1988 e 1989).
Durante os anos de 1990, em nenhum momento o índice ficou abaixo de
0,61. Na década de 2000 o índice de Gini mostra uma redução histórica da
desigualdade de rendimentos.
De acordo com o professor Flávio Ataliba,
diretor Geral do Ipece, no Ceará a desigualdade de renda apresentou uma
forte queda de 0,61 em 2001 para 0,567 em 2003; e entre 2005 e 2006,
quando caiu de 0,58 para 0,548. Desde então vem mantendo uma tendência
de queda mais lenta. Mesmo com a desaceleração na redução na
desigualdade de renda nos últimos cinco anos, o Índice de Gini calculado
para o Ceará atingiu, em 2011, o valor de 0,539, o menor da série
histórica.
DÉCADAS
Após duas décadas (anos 80 e 90) em que os
indicadores de desigualdade de renda apontavam a grande discrepância da
distribuição de riquezas no país, a década de 2000, de acordo com o
professor Flávio Ataliba, apresentou uma nova trajetória com a redução
das disparidades de rendimentos. No estado do Ceará, que já foi
reconhecido como um dos mais desiguais, a distribuição da renda
apresentou uma melhora significativa na última década.
Ele observa a desigualdade tem um impacto
direto sobre o bem-estar social de uma população, uma vez que as
sociedades têm preferência por equidade considerando-a como um traço de
justiça social. Um nível de desigualdade muito elevado impõe uma série
de custos sociais e econômicos à atividade produtiva e à sociedade.
Para Vitor Hugo Miro, que coordenou a
elaboração do estudo, a composição da renda das famílias cearenses não
sofreu tantas alterações entre 2001 e 2010. Os rendimentos do trabalho
diminuíram a sua participação em 1 por cento nos 10 anos considerados,
em detrimento do ganho em mesma proporção dos outros rendimentos. Essa
elevada participação dos rendimentos do trabalho é um ponto chave para a
compreensão da dinâmica da redução da desigualdade.
Mas se a composição não mudou muito a ponto
de provocar grandes mudanças no Índice de Gini – explica Vitor Hugo -, a
concentração dos rendimentos que compõem a renda avançou
significativamente. É possível observar que a medida de concentração dos
rendimentos do trabalho e de outras fontes diminuiu ao longo da década
de 2000. O trabalho completo pode ser acessado no www.ipece.ce.gov.br.
Fonte: Assessoria de Imprensa do Ipece - 28.09.2012
Pádua Martins - 85 3101.3508
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