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"Educar é crescer. E crescer é viver. Educação é, assim, vida no sentido mais autêntico da palavra". (Anísio Teixeira)


quinta-feira, 26 de maio de 2011

Educação e internet no Brasil


Foi-se a época que, para ganhar notoriedade no Brasil, era preciso ser artista ou uma pessoa pública, de preferência do eixo Rio-São Paulo-Minas. A aldeia global, prometida pela globalização e executada cada vez mais com sucesso pela internet, vem disseminando a sociedade de informação como um caminho sem volta, no qual qualquer pessoa pode se comunicar com outra e disseminar suas ideias pelo mundo em questão de minutos ou segundos.
Uma nordestina, do Rio Grande do Norte, veio agora a agitar a internet e ganhar o Brasil. O “fenômeno Amanda Gurgel” levanta duas questões muito importantes: a força que a internet tem hoje em lançar líderes e em formar opinião e também a do mérito de expor, numa linguagem direta, os problemas que a educação enfrenta no país. A internet é um meio de comunicação fundamental na atualidade. É, podemos dizer, o meio de comunicação da moda, de onde outros meios de comunicação extraem pautas para seus veículos. Hoje, facilmente, durante uma tarde de domingo, você vê na TV um vídeo, com ou sem conteúdo, extraído do YouTube. Geralmente vídeos que já contabilizam vários milhões de acessos no mundo todo.
Amanda Gurgel se encaixa no perfil de fenômeno-opinião da internet. A professora potiguar fez seu comentário de 8 minutos sobre a educação no Rio Grande do Norte e no Brasil, em geral. Virou heroína. Os comentários no YouTube são aos montes em defesa da tese incisiva da mestra. Ela exibiu seu contracheque de R$ 930 e falou que não tinha vergonha de seu salário, quem deveria ter eram os deputados. Disse que as escolas viraram depósitos de alunos. Frisou ainda que a educação nunca foi prioridade de nenhum governo. Cabra corajosa, da peste mesmo! Curiosamente, nossos olhos brilham com manifestações desse tipo, que deveriam ser corriqueiras e incentivadas, em uma sociedade democrática. O brasileiro conquistou a duras penas o direito de votar, de ser votado, de manifestar sua opinião livremente, mas abdica desse direito, muitas vezes em nome de interesses diversos, de desleixo ou acomodação mesmo. O povo simplesmente aceita.
Felizmente a internet vem despertando, com essas manifestações difundidas, um pouco da cidadania. A nossa professora Amanda ensinou aos deputados e ao Brasil que educação deve  ser prioridade. Uma ótima lição. Mas será praticada? Ou virá um discurso pró-educação evasivo que vai ser substituído quando a mídia repercutir algum outro problema enfrentado pela sociedade? Sim, porque seria inocência de nossa parte não perceber que a política no Brasil age por fruto de fatos de repercussão: tal qual o caso de Realengo e a reabertura das “entregas espontâneas” de armas de fogo por parte de populares e tentativa de emplacar um plebiscito sobre venda de armas sete anos depois de um referendo sobre o mesmo assunto.
Espero que o discurso de Amanda Rangel não seja em vão. Todos esperam que a educação, assim como qualquer outro tema de importância nacional, seja tratada como projeto de Estado e não como fruto de momento. Queremos muito mais que professores e alunos na escola, queremos uma escola em que professores e alunos não estejam lá por mera obrigação, e sim por satisfação em desbravar o conhecimento científico proporcionado por condições dignas de ensino e aprendizado, em um ambiente seguro e saudável. Assim, cumprido esse patamar, a internet e sua repercussão terá prestado um serviço irrefutável à educação no Brasil.
FONTE: Jornal Estado de Minas, 25/05/2011 - Belo Horizonte MG. Matéria escrita por José Eustáquio Lopes de Faria Júnior.
Para acessar o vídeo no You Tubi clique aqui



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