O Programa das Nações
Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) divulgou hoje (29) os dados do Atlas
Brasil 2013, que apresenta o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM)
de 5.565 municípios. O índice considera que apenas o crescimento econômico não é
suficiente para medir o desenvolvimento de uma cidade: o IDHM é
constituído da avaliação de critérios relacionados à saúde, educação e renda.
Em termos numéricos o
índice é calculado de zero a um - 0 significa nenhum desenvolvimento
humano, e 1, desenvolvimento humano total. Quanto mais próximo de 1, mais
desenvolvido é o município. Os indicadores de 2013
reafirmam as desigualdades entre as cidades brasileiras. O IDHM do município
com melhor resultado, São Caetano do Sul (SP), é quase o dobro de Melgaço (PA),
considerado o pior. O estudo também aponta as desigualdades entre as regiões.
Os vinte municípios com pior IDHM estão nas regiões Norte e Nordeste. Já na
lista dos vinte melhores, além da capital Brasília, todos os outros são
municípios do Sul e Sudeste. Destes cinco são capitais: Florianópolis, Vitória,
Brasília, Curitiba, Belo Horizonte.
O Atlas é elaborado a
cada dez anos com os dados do Censo Demográfico do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE). A edição de 2013 avalia e categoriza os dados
atualizados do Censo de 2010 para construir o indicador.
O trabalho permite, além
do IDHM, a consulta a mais 180 indicadores socioeconômicos, como o acesso a
serviços básicos e situação de vulnerabilidade das famílias. A consulta é feita
por meio de uma plataforma online, que disponibiliza dados por município com
tabelas, gráficos e mapas.
Expectativa de vida
O IDHM de longevidade é
medido pela expectativa de vida. Neste item, os cinco municípios do topo da
lista são de Santa Catarina. Já entre os que os ocupam as últimas posições,
cinco estão em estados do Nordeste.
Acesso à educação
A escolaridade é outro
critério que compõe o IDHM. O acesso à educação é medido pela média de anos de
educação de adultos e pela expectativa de anos de escolaridade para crianças. O
IDHM Escolaridade tem a maior distorção entre os municípios. Melgaço (PA) tem
índice quatro vezes pior que Águas de São Pedro (SP), que apresenta o melhor
resultado. A cidade paraense está no final da lista com outros quatro
municípios do Norte. E, novamente, os melhores aparecem estão no Sul e Sudeste.
Renda
O critério usado para
calcular a renda média de cada pessoa é a renda municipal per capita, ou seja,
a renda média de cada residente no município. Para se chegar a esse valor
soma-se a renda de todos os residentes e divide-se pelo número de pessoas que
moram no município (inclusive crianças ou pessoas com renda igual a zero).
Nesse quesito impressiona o fato das quatro cidades com o IDHM Renda mais
baixos do país serem do estado do Maranhão. Já o mais alto do país é da cidade
com o maior IDHM geral: São Caetano do Sul, SP, seguida de Niterói no Rio de
Janeiro e Vitória, no Espírito Santo.
Comparação com o Atlas
2003
São Caetano do Sul (SP)
e Águas de São Pedro (SP) continuam sendo as duas cidades com maior IDH, em
relação ao Atlas de 2003 (feito com base no Censo de 2000). Entre as 10 cidades
com os melhores índices, entraram em 2013 as capitais Vitória (ES) e Brasília
(DF) e ficaram de fora na edição deste ano, Porto Alegre (RS) e Fernando de
Noronha (Distrito de PE). No ranking das 20
cidades com melhor IDH, o estado de SP foi quem melhorou: tinha cinco cidades
no Atlas 2003 e agora, em 2013, tem onze. Já o Rio Grande do Sul foi quem mais
“perdeu” cidades da lista: tinha cinco cidades e agora não tem nenhuma.
Já entre as cidades com
o IDHM mais baixo, o Pará, que em 2003 não tinha nenhuma cidade entre as 20 da
lista, em 2013, possui seis municípios com os índices mais baixos. E o
Maranhão, que em 2003 tinha oito municípios nesta lista, agora, em 2013, possui
apenas duas cidades.
Das 10 cidades com o
pior IDHM em 2003, somente a cidade de Jordão, no Acre, continua na lista em
2013.
O Atlas do
Desenvolvimento Humano no Brasil 2013 é uma parceria entre o Instituto de
Economia Aplicada (Ipea), o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento
(Pnud) e a Fundação João Pinheiro (FJP).
Fonte: EBC – Acessado em
30/07/2013.

Nenhum comentário:
Postar um comentário