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"Educar é crescer. E crescer é viver. Educação é, assim, vida no sentido mais autêntico da palavra". (Anísio Teixeira)


segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Tablets para professores

O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, não esperou nem mesmo a montagem da equipe com a qual vai trabalhar e anunciou quinta-feira sua primeira ação à frente da pasta. Quer distribuir ainda no primeiro semestre 600 mil tablets a professores da rede pública urbana de ensino médio, número suficiente para atender a todos os docentes desse nível. A licitação para a compra dos aparelhos ainda depende de análises técnicas das propostas vencedoras, mas o ministro já pensa em fazer a mesma distribuição aos professores do ensino fundamental logo em seguida. Distribuir tablets aos professores da rede pública constitui passo importante mas não suficiente. A inclusão digital é, sem dúvida, uma das urgências nacionais. Sem domínio das novas tecnologias, a pessoa fica à margem da modernidade — privada de informações e de oportunidades no mercado de trabalho.
O assunto ganhou tal relevo que se criou o termo analfabeto digital em analogia ao analfabeto funcional. Este, apesar de alfabetizado, é incapaz de ler e escrever textos simples. Aquele, apesar de dominar o código linguístico nas duas modalidades, não tem condições de navegar na internet nem de se beneficiar dos recursos que a rede mundial de computadores proporciona. Prover as escolas dos modernos recursos tecnológicos é o caminho para sintonizar a nova geração com o novo paradigma que se impõe. Mas, embora essencial, deve ser acompanhado de outras medidas. Uma delas é a qualificação dos professores. Experiências comprovam que existem resistências no corpo docente. Sobretudo os profissionais mais velhos — acostumados à didática tantas vezes repetida — ignoram a necessidade dos avanços. Preferem manter o certo a apostar no duvidoso. O resultado, surpreendente no primeiro momento, mostrou-se coerente. A meninada não progrediu no uso dos novos recursos. Impõe-se, pois, qualificar os mestres. Não significa apenas ensiná-los a ligar, desligar e acessar esse ou aquele conteúdo predeterminado. Significa familiarizá-los de tal forma com a novidade que a internet venha a se tornar indispensável instrumento para responder a questões, suscitar perguntas e satisfazer curiosidades.
Outra providência é o material didático. Escolas da rede privada têm adotado o tablet como substituto do livro impresso. Em vez de ler no papel, o estudante lê na tela o mesmo texto. Seria forma de poupar crianças e adolescentes de carregar pesadas mochilas. Convenhamos: sem modernizar o sistema, fica-se no faz de conta — muda-se para ficar na mesma. Encontrar respostas novas e criativas desafia o mundo desenvolvido e subdesenvolvido. A era digital põe em xeque o modelo de escola vigente. Crianças sentadas uma atrás da outra, currículo único, professor expositor, material didático, avaliação de conteúdo determinado — tudo precisa ser revisto. Novo paradigma se impõe. Sem ele, o tablet e outros recursos eletrônicos serão mais do mesmo.

FONTE: Estado de Minas, 06/02/2012 - Belo Horizonte MG

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